
Não me perguntem por que hoje eu quis falar sobre O LOUCO (Arcano 0 ou XXII, que tanto pode ser o primeiro como o último do Tarot). Talvez por me sentir muitas vezes como ele, ou quem sabe no momento, queira ser o próprio.
Tenho uma especial admiração por esse Arcano, sua impetuosidade, sua inquietude e sua espiritualidade. Ele vê claramente que apenas a forma muda, apesar de nada ter começo nem fim.
E a nossa vida não é assim?
Como começamos?
E quando tudo acabar, para onde vamos? Para mim, nada se acaba. Ficam as lembranças, nossas energias e tudo que realizamos.
O LOUCO é representado como um homem em trajes espalhafatosos, caminhando sem discernimento, indo para onde seus passos o levam, embora bem próximo o espere o abismo, onde seu andar sem rumo o precipitaria. A sua perna esquerda é mordida por um cão que o segura sem que ele se dê conta; ele continua seu caminho tranquilo e despreocupado. Carrega no ombro uma trouxa com todo o seu mundo interno a ser descoberto. Na mão direita carrega um cajado simbolizando a ajuda para o caminho espiritual. O LOUCO sabe que, no caminho da perfeição, é preciso ter coragem para ser imperfeito. Porque ser imperfeito é ser você com todas as coisas boas e más que isso possa acarretar.
Lendo o livro "O Vendedor de Sonhos" de Augusto Cury, encantei-me com esse trecho que me levou a pensar neste Arcano:
Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou seguro de que sou imperfeito
Podem me chamar de Louco
Podem zombar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende os sonhos para os passantes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de mmim mesmo.
Bem, meus amigos, esse é o meu amigo O LOUCO. Sua alegria me contagia nesta minha caminhada. O novo, o desconhecido, me atrai. Não importa aonde vou chegar, o que importa é que VOU.
Até breve!
* Figura do Tarot de Marseilles - versão de Heraclio Fournier.